Aprendendo A Viver
De Altair Feltz
SINOPSE:
Esta
é uma história de um homem solteiro e solitário cansado da vida pacata na cidade pequena e que procura uma
mulher pra amar e constituir família. Conta sobre a vida de Robert Lenckey, uma
homem de 32 anos que vê na cidade grande a chance de conseguir um emprego
melhor e uma família. Quando ele encontra a tal sonhada mulher de sua vida por
alguma razão Deus não permite que ela viva, mas deixa o fruto do amor dos dois.
Agora ele tem que aprender viver sem o amor de sua vida, sem esquecer de dar
amor a sua filha.
Todos os dias, pessoas se deparam com
situações tristes ou alegres, e também constrangedoras, além de ao acaso ou
programado e de todas as formas.
A verdade que a vida é isso, e ela
muitas vezes nos pregam peças. Por alguma razão a verdade se torna
dolorida. Quando erramos!
Tudo bem! Vamos esquecer!
Mas e quando não erramos ou não sabemos
que erramos? Culpamos a quem? O Deus que nos vigia?
Não sou eu que tenho esta resposta. Mas
certamente Ele ou a vida tem uma razão para tudo isso. Prefiro pensar assim.
Esta história se passa numa cidadezinha
fictícia ao sul do Arizona.
O
personagem é um morador e filho de lavrador do lugar. Trata-se de Robert
Lenckey um cara solitário, que mora numa
pequena fazenda nesta cidade. Como toda
cidade pequena de interior e que a agricultura e a pecuária são predominantes,
é natural que os maiores espaços seja ocupados por ranchos e fazendas, e num destes ranchos é a casa de Robert, que
passou sua infância desde a época dos seus pais, apenas caçando e cuidando de
lavoura. Já cansado de sua vida monótona trabalhando de sol a sol e solteiro
afim de uma mulher com quem pudesse viver ou
se casar. Decidiu fazer suas malas e sair da cidade. Tendo em vista que
as mulheres da li, ou eram novas de mais ou bem mais velhas. Das poucas
solteiras, as de idade próxima a dele, foram embora ou acharam homens bem mais
interessantes. Feito as malas, colocou
suas coisas em sua pick-up e foi morar
alguns quilômetros perto de Phoenix capital. Como tinha juntado algum dinheiro
desde que seu pai foi embora ainda criança e sua mãe morreu quando ele fizera
dezenove anos. Além da vontade imensa de encontrar alguém que preenchesse seu
coração. Robert também foi aventurar um
novo trabalho que de preferência tivesse um bom
salário. Ele sabia que a vida não seria fácil na cidade grande e não
tirava da cabeça a ideia de encontrar uma companheira, para dividir suas
alegrias e emoções casar-se e ter filhos um dia. Mas para isso teria que ter uma estrutura, um
emprego razoável. Depois de uma viagem de cinco horas ele chega ao seu destino, chovia muito aquele
dia e parou justamente próximo a uma
hospedaria onde pagou para ficar
supostamente um mês. Adentrando o quarto, tomou uma ducha e foi se deitar, pois estaria ele muito cansado.
Pela manhã saiu para comprar um jornal e voltou para tomar um café no próprio bar da hospedaria. Olhando o
classificado de emprego achou uma oferta de trabalho num depósito de uma
transportadora, mal termina seu café pega sua caminhonete e vai até lá, após uma
pequena entrevista e acerto de salário, Robert começa na mesma hora. E assim
começou sua jornada de trabalho.
Os dias iam passando rápido e depois do
primeiro mês de trabalho Robert consegue uma casa para alugar, precisava de
algumas reformas, que ele mesmo fez nos fins de semana, alguns móveis
empoeirado que ele fez questão de limpar e pronto, tudo arrumado. Com dinheiro
no bolso e casa maior tava na hora de correr atrás de algo para distrair a
cabeça e quem sabe encontrar esta tão sonhada pessoa para dividir os seus dias.
E sendo assim, ele foi em busca do tão sonhado plano. Lenckey abriu uma pequena conta e juntava com
o que tinha guardado dos lucros obtidos de seu trabalho no seu pequeno
rancho. Aos fins de semana Robert pegava um pouco das sobras de suas
horas extras e ia a clubes dançantes, boates, passeios noturnos ou coisa do
gênero. Quase todo o fim de semana era assim.
Desde um passeio ao parque, até um barzinho, onde adorava beber Cerveja
e clube soda, coisa de gente da cidade! E logo Robert aprendeu rapidinho.
Numa destas saídas, aquele cara
solitário. Sentado em um canto do balcão de um
bar que ele passou a freqüentar, dali avistou uma mulher de mais ou
menos uns trinta anos, cabelos escuros rosto tímido tomando um suco talvez pela
cor laranja no copo, sentada a mesa ao lado vestindo um casaco branco em cima
de um vestido aparentemente marrom, pouca maquiagem, mas um rosto belo digamos
assim. Robert pensou em levantar algumas vezes e ir até lá, quem sabe puxar uma conversa. Mas
coitado! Nunca tinha chegado numa mulher antes então ele chama o barman:
__ Por favor, aquela moça vem sempre
aqui?
O barman responde olhando o rosto da
mulher que abaixava a cabeça procurando algo na bolsa.
__Não, nunca vi por aqui senhor!
Robert se levanta vai ao banheiro da uma
molhada no rosto e no cabelo, ajeita sua roupa se olhando no espelho do
banheiro, bafora nas mãos, conferindo o hálito e sai na esperança de tomar
coragem e ir até a mesa, mas ao chegar ela já tinha ido embora.
Que pena! Não foi desta vez que ele
conseguiu se aproximar de alguém pelo menos descobriu o que ela estava tomando.
Robert Lenckey não era nenhum galã de
cinema, mas há de convir que ele tivesse lá seus encantos, mas em suas saídas
noturnas ao ser enxergado por alguma dama, deixava-o um pouco nervoso, e por
muitas vezes a falta de iniciativa acabara por deixá-lo travado no mesmo lugar.
Para Robert era mas fácil quando ele não
era notado como aconteceu outra noite. E por falar nisto, ele não conseguia
deixar de lembrar aquele rosto e chegou a ir aquele mesmo bar algumas vezes na
esperança de ver a moça novamente.
Passado algum tempo Robert já cansado de freqüentar os mesmo lugares,
decidiu buscar outros rumos e lugares. Como quase sempre estava vestido com suas
velhas roupas decidiu ir a uma loja qualquer comprar uma camisa nova, para quem
sabe freqüentar um cinema, ou um parque diversões talvez.
Ao parar em frente a uma vitrine gostou
de uma camisa em um manequim adentrou a loja e a gerente foi atendê-lo que em seguida pediu pra que esperasse um pouco e chamou
uma de suas vendedoras para atende-lo. Enquanto olha alguns ternos em uma arara
de roupas, distraído ouve aquela voz doce:
__Pois não senhor! Em que posso
ajudá-lo?
Robert com olhos arregalados engolindo
em seco, não consegue dizer nada, e simplesmente continua a olhar aquele rosto.
Assim sendo ela com aquele sorriso meio quase que sem graça pelo olhar daquele
homem, ainda insiste:
__ E então senhor, posso ajudá-lo? Está tudo bem?
Robert
responde que sim e quase sem tirar os olhos da moça, pede a camisa que
está no manequim. Ela então pede para acompanhá-la e ele a segue se sentindo
super tenso e até tropeçando, afinal encontrou a tal mulher do bar que tanto
procurava. Robert olha para o crachá da moça e descobre o nome dela que se chama Laura.
O tempo que ele entrou e foi atendido,
pegou o produto foi mais ou menos uns vinte e cinco minutos, mas que parecia ter passar muito
rápido. Sem conseguir um sequer diálogo, vai ao caixa, paga e apenas acena para ela
como despedida sem sequer dizer uma palavra enquanto a vendedora também
retribui o aceno com um obrigado e um sorriso.
Ao chegar em casa Robert se sentia um
imbecil, mais pela falta de coragem e timidez além de que passou dias a procura
da tal garota e passa parte da noite pensando nela embora o sono lhe fizesse
apagar em seguida.
No outro dia após uma manhã fatídica de
trabalho, sai um pouco mais cedo para o almoço e com um pouco de coragem
resolve ir até a loja, na esperança de tomar uma iniciativa, mas quando adentra
a loja ela também estava saindo e sem ter o que dizer, após os cumprimentos,
fala para ela que gostaria de comprar outra camisa:
__ Aquela não ficou boa senhor Lenckey?
Pergunta Laura muito gentil.
__ Sim ficou mais eu gostaria de levar
outra.
Diz ele se sentindo um idiota.
__Pois não, eu vou chamar outra
atendente, pois estou saindo para o almoço.
Robert
fica meio decepcionado, mas tenta contornar:
__Não deixa eu venho outra hora! Na
verdade eu também estou em meu horário
de almoço e ainda estou indeciso quanto a cor.
Vendo que a desculpa não era boa, e que
provavelmente ele queria ser atendido por ela mesmo sabendo que ele não tenha
vindo pela camisa. Ela decide fazer diferente:
__Mas se faz tanta questão eu lhe
atendo.
Diz a moça com um pouco de pena de
Robert. Até que então dentro dele surgiu uma coragem que venceu toda sua timidez:
__Olha nós nem fomos apresentados
direito, nem sei se você é casada, mas
vim aqui de novo, por sua causa e se você puder me ouvir e almoçar
comigo...
Eufórico e todo tremendo, é interrompido
pela vendedora:
__Calma, por favor, me explica como
assim me ver, o senhor só me conheceu ontem.
Fala ela com uma expressão mais fechada:
__Na verdade eu já tinha lhe visto há
algum tempo no Café da Roswelt um bar a duas quadras da onde eu moro. Eu estava
lá perto de sua mesa, fui ao banheiro tomar coragem de lhe oferecer um drink,
mas quando voltei você tinha saído então sai a sua procura.
Então Laura ainda meio assustada fala:
__Ta certo, eu posso ter ido lá sim, uma
ou duas vezes. Mas quem garante a você que era eu? Você pode ter se enganado.
__Você vestia um vestido escuro casaco
branco, e tomava suco de laranja com Jin e parecia esperar alguém que não veio.
Laura ficou espantada e não teve como
negar:
__Sim era eu mesma! Marquei, com um ex-namorado,
a gente estava tentando reatar, mas ele me deu o bolo, e aquela era a segunda
vez.
Robert ficou feliz, mas era cedo para
comemorar, então, resolveu repetir a pergunta:
__E então você aceita almoçar comigo?
A moça recusa e pede desculpas dizendo
que ela, não estava. A fim de um novo compromisso. Tendo em vista que o almoço
não se tratava apenas de uma amizade. Robert desolado entra em sua
caminhonete e parte tão chateado que não
vê que algo cai de seu chaveiro. Laura percebe que Le derruba alguma coisa, junta
e vê que é um coração escrito no centro. “Para um futuro amor”. Ela segura bem
firme em sua mão olha a caminhonete ao longe, imagina o poder daquela frase e quanto seria importante a força daquelas
palavras para fazer parte de um chaveiro de um home apaixonado. Então o guarda no bolso e segue para seu destino pensativa.
O resto da semana Lenckey procura permanecer
com a cabeça apenas no trabalho, tentando esquecer o fora que levou de Laura.
Como de rotina, chega em casa toma uma ducha, come alguma coisa e vai se
deitar, as vezes pega umas cervejas na geladeira, senta na frente da TV assistindo
uma partida de baseball até dar sono.
No outro dia levanta-se cedo, toma um
leve café e vai para o trabalho. E assim segue-se até o fim de semana.
Robert arruma-se, coloca a camisa nova mesmo querendo
evitar lembrar e vai ao Café Roswell, senta como de costume a beira do balcão,
ao fundo tem um palco com uma banda tocando e as distrações fica apenas para o
movimento. Lenckey olha para as pessoas felizes brincando bebendo, e por mais
que seja de costume ali, não tem muitas amizades, mesmo com as freqüências no
local, as vezes pega o telefone e liga para alguém em sua cidadezinha e apenas
isso. Em meio suas distrações não percebe alguém, se aproximar pelas suas
costas que fala:
__Linda camisa, ficou muito bem em você!
Robert percebe rapidamente pela aquela
voz quem era, vira-se e ali está ela, deslumbrante.
Não se sabe o que fez Laura procurar
por Robert, mas não foi difícil
encontrar-lo. Já que sempre freqüentava os mesmos lugares.
Laura em fim se apresenta devidamente a
Robert:
__Se vamos começar algo entre nós é
melhor nos apresentarmos! Meu nome é Laura Dempsey, solteira moro só, não tenho
sorte com namorados, Diz Laura olhando
bem nos olhos de Robert e sorrindo segurando um copo do mesmo suco. E Robert
rebate também achando graça:
__Meu nome é Robert Lenckey, também moro
só, nunca tive uma namorada, então não sei o que é falta de sorte, pois você
foi a primeira pessoa que eu tomei iniciativa de dizer alguma coisa.
Laura ficou surpresa já que nenhum de
seus namorados levava a sério o relacionamento e só o tempo, diria que tudo
aquilo poderia dar certo ou não.
Tanto Laura quanto Robert tinham muito
em comum, além da vontade de ter um relacionamento sério ambos nasceram no
campo , Laura quando adulta veio morar
na cidade assim que seus pais morreram. Arrumou um emprego numa loja de roupas
e a partir dali construiu sua vida.
Após longas conversas, viram mesmo que
tinham grandes afinidades, não demorou para que o relacionamento entre os dois
fortalecesse e o namoro ficasse mais sério.
Entre jantares elogios beijos abraços e
novos passeios foram tocando a vida.
Os meses se seguiam, e devido à
seriedade do relacionamento que foi ficando mais intenso a cada dia e
percebendo que ambos tinham salário e empregos, resolveram então se casar.
Fizeram uma pequena cerimônia numa capela local. Uma reformada na casa que já
era de Laura, e tudo certo. Passara um ano Robert compra uma pick-up nova e
naquele mesmo ano Laura engravida. A felicidade estampada no rosto do marido
era muito visível. E saber que a menos de dois anos Robert Lenckey era só um
cara solitário que morava numa humilde fazenda filho de pais separados, e
depois órfão de mãe, além de não ter tantos amigos. Já que a região que ele
morava era muito extensa de matos e florestas e só continuara lutando na
lavoura porque herdou um pequeno rancho de um tio avô . E seus antigos vizinhos
moravam mais de um quilômetro um do outro. É claro que tinha um povoado perto
do vilarejo de onde veio, e estes eram as pessoas mais próximas dele, que
matavam saudades por cartas. Alguns
colegas de trabalho, mas no máximo um café juntos um bom dia ou boa tarde e mais nada. Menos
que poucos puderam vir, quando Robert e Laura se casaram. O tempo foi passando
e o amor entre os dois se solidificava a barriga de Laura estava bem grande e
faltando algumas semanas para que ela desse a luz ,começou sentir umas dores
fortes seguido de muitas contrações.
As noites eram de pavor, porque a esposa de
Robert gritava constantemente. O homem ansioso e muitas vezes preocupado
acordava sempre para atender sua amada a qualquer custo. E apesar de tudo
Robert continuava feliz. Como era imensa aquela felicidade!
Olhando nos olhos dele e dela dava para
ver como os dois se amavam! E perto de dar a luz, pois essa era a ultima
coisa que faltava na vida daquele casal apaixonado.
Já passava das duas da matina quando os gritos
de Laura ecoavam a noite. A bolsa tinha se rompido. Robert rapidamente pegou a
esposa em seus braços. Coloca a no carro e rumava para o hospital. A
equipe médica leva Laura até a sala de parto, enquanto Robert fica apreensivo
na sala de espera, foram quase uma hora esperando, e ainda ninguém vinha para dar respostas do
nascimento da criança. O homem estava feliz, mas algo ainda o deixava tenso.
Robert tinha uma sensação não muito boa e isso o deixava apreensivo como se algo tivesse dado errado ou estivesse
acontecendo. Por alguns momentos ele achava que era algo só da sua cabeça,
então procurou não pensar em nada que pudesse não dar certo apesar de sentir um
vazio no peito. Porém andava pra lá e pra cá varias vezes, esperando alguma
notícia, e para cada um que passava ele perguntava, mas ninguém sabia responder,
o que o deixava ainda mais apreensivo.
Passado quase mais uma hora, vem o
médico acompanhado de uma enfermeira. O semblante era de tristeza, e deixou que
Robert Lenckey ficasse mais apavorado:
_ E ai doutor, está tudo bem com minha
esposa e a criança?
O doutor com ar de pena, segurando no
ombro de Robert, muito firme respondera:
_Eu queria lhe dar só boas notícias
senhor Lenckey, mais infelizmente nem tudo foi como esperávamos.
_Fale doutor, por favor, o que aconteceu
com a criança?
_ Calma a criança nasceu bem e com saúde, é uma menina e esta
tudo bem com ela, mas infelizmente não posso dizer o mesmo com relação a
senhora Lenckey. Devido a um grande sangramento e a dificuldade do parto
seguido a uma queda de pressão na sua esposa, ela acabou vindo a falecer, não
pudemos salvá-la me perdoe...
A expressão do rosto de Robert era
desesperadora e de muita angustia.
O
mundo parecia desabar na sua cabeça, ele se perguntava como aquilo poderia ter
acontecido, ao mesmo instante em que se encontrava mudo. Ele sabia que tinha
que se conter, afinal tinha ganhado uma filha e tinha que cuidá-la agora. Mas
para aquele pobre homem era difícil imaginar sem Laura naquele momento e não
conseguia ver mais nada além do desconsolo por ter que imaginar como será sua
vida já que acabou de perder o amor de sua vida.
A alegria foi embora mesmo com a chegada
da filha.
Dois dias depois após os exames básicos a criança que teve o
nome batizado de Lindsay ,nome escolhido por Laura ainda em vida por ser também o mesmo de sua mãe, estava liberada para sair
do hospital.
Alguns dias depois do enterro da esposa,
Robert vivia deprimido naquele lugar. A
casa não tinha mais um clima feliz. Os meses iam passando os dias mais frios
ficaram dolorosos para Robert sem o calor de Laura. Perto de uma primavera quando sua filha
Lindsay fez dois anos, Robert fez as malas resolveu voltar para a fazenda, pois
mesmo com o passar dos anos não conseguia esquecer sua amada e enquanto
estivesse morando ali as lembranças seriam muito fortes, e chorava muito a
falta de sua esposa.
Dias depois já morando na fazenda o viúvo
desolado, levantava sedo e vai para lida. Contratou uma babá para cuidar da
menina até o horário que voltasse e dedicou-se ao trabalho. Robert sempre
voltava cansado demais, pois desacostumara do serviço no campo. E sempre que
chegava a casa quase sem ânimo. A babá se despedia e o pai se encarregava do resto, mas pouca atenção ele dava aquela
filha. Apenas o básico, banho comida e cama. Poucas vezes a abraçava, apenas um
beijo de boa noite e sempre suas atitudes pareciam na verdade querer evitá-la.
Em seu íntimo, Robert parecia culpar sua filha pela morte da mãe, ao mesmo
tempo se culpava também. Porque se não
insistisse na gravidez ela não teria morrido.
Lindsay que por sua vez, sempre vinha
abraçá-lo, principalmente quando ele sentava sozinho na varanda olhando para o
céu, em busca de respostas, para os motivos que Deus teve ao levar sua esposa Laura.
Nos fins de semana o pobre homem, quase
sempre sem sorrir ia até o bar, bater papo com alguns colegas, sempre com a
menina em seu colo.
Todos elogiavam os dois, pai e filha sempre
juntos. Mas o homem não esboçava nenhuma alegria. Parecia ter nos cuidados com
a menina, mais uma obrigação do que qualquer tipo de afeto.
Robert Lenckey tornou-se um ser mais solitário
e extremamente fechado do que antes de conhecer Laura, e os amigos querendo
vê-lo de alguma forma animado ou menos
triste, sugeriam uma nova esposa. Mas quando um colega fazia tal sugestão à
resposta era imediata:
__ Já sou casado e não pretendo trair a
minha esposa.
Dizia ele referindo- se a sua falecida.
Que para ele estava sempre presente, mesmo que só na lembrança e no coração.
Os anos seguiam-se e Lindsay completara
seis anos, ganhou um beijo e uma pulseirinha do pai, apenas um bolo com
refrigerantes e alguns salgados. Para os amigos um churrasco
e algumas cervejas.
Robert nestes anos todos ainda agia
inconformado, mas saia para trabalhar normalmente sempre mais apegado ao que
acontecia fora, do que em casa. Aquele pobre homem mesmo após seis anos da
morte de Laura ainda passava parte de seus dias, desolado, como se o tempo não
tivesse passado, principalmente quando voltava para casa e tinha que olhar para
o rosto de sua filha, por isso preferia estar trabalhando. Cedo estava ele de
pé e quase sempre sua filha contigo, como companhia apesar de continuar agindo
de um jeito frio com ela.
Muitas vezes ela notando a tristeza do
pai, vinha abraçá-lo como sempre, mas ele quase nunca ficava a vontade com os
abraços dela.
A
impressão que se tinha era um pouco de mágoa e desprezo.
Quase sempre a menina brincava sozinha pelos
campos. O que aparentemente parecia
seguro.
E
por não ter ninguém para brincar supostamente comentava com seu pai que tinha uma amiga fada que conversava
com ela:
_ Papai hoje eu dei uma volta com uma
fada pelos campos.
O pai com uma atitude arrogante
respondera:
__Fadas não existem filha, não invente
coisas!
A menina insistia:
__Claro que existe papai! Ela até fala
comigo.
O pai muito chateado tornara a repetir
__Isso não existe e é coisa de sua
imaginação filha! E se existissem traria sua mãe de volta.
A filha com os olhos cheios d’água se
calava sem imaginar que a arrogância de seu pai era o fato de que ele não tinha
sua mãe por perto que nem sequer pode conhecer. Mas sempre que o pai parecia
mais calmo ela vinha conversar e contar dos passeios e conversas que tinha com
a tal fada. E todas às vezes o pai ficava irritado.
Numa daquelas tardes em que Robert ia trabalhar no rancho.
Lindsay resolveu se afastar do quintal
de casa e vai até um riacho não muito longe dali.
Robert apesar da pouca atenção com a
filha sempre acreditara que Lindsay
estava por perto, mas naquele dia ele não a viu brincando no lugar de
costume, olhou para os lados e nada, foi até a casa e também não achou, então
resolveu ir até o campo, andou pra todos os lados, pensou adentrar a mata, mas
lembrou-se do riacho, pois quase todo fim de semana pai e filha saiam para ir
pescar, pegou uma trilha muito conhecida e mesmo não querendo acreditar em sua
intuição correu para lá, e quando
conseguiu avistar o rio, depara-se com a
menina ao longe supostamente se afogando
dentro da água, sem pensar Lenckey pula e resgata sua filha que já estava
se debatendo e por pouco não morre afogada.
O que não muito se via foi o pai abraçar
a filha como aquele dia, talvez pelo desespero e pela certeza que se não
chegasse a tempo encontraria a menina morta.
Robert com a filha enrolada numa jaqueta a põe nos braços e a leva
para casa.
Já no recinto enquanto a enxugava,
Robert interroga Lindsay:
__Por que você foi brincar perto do rio
minha filha? Quer matar seu pai de susto?
Dizia ele com lágrimas nos olhos.
A filha com os lábios roxos de frio e
tremendo muito, responde:
__Eu fui dar um passeio com a fada e
quando cheguei ao rio ela me convidou para entrar na água e nadar com ela, eu
disse que não sabia nadar, ai ela disse que me ensinaria, mas eu não consegui.
Robert ficou indignado e fala:
_Esta fada não existe! Esqueça isto, se
não fosse um anjo me avisar sei lá! Não sei o que teria acontecido ou se eu
estaria lá para te salvar.
Dizendo assim Lenckey
daquele dia em diante passou a ficar mais atento. Porem não foi
suficiente para deixá-lo mais amável.
Os dias se seguiam normalmente, Robert
trabalhava, vinha para casa, fim de semana, fazia algo no rancho, ou ia para o
bar ou então pescar, caçar, ou coisa parecida, quase sempre em companhia da
filha, quando a babá ou vizinho não estava cuidando de Lindsay.
Num dia de semana qualquer Robert
voltando do trabalho com a menina, encontra Ernest um amigo que o convida para
almoçar, ele aceita depois de muita insistência. Após o almoço, bate-papo vai,
bate-papo vem, à menina foi brincar lá fora, e depois de algumas horas Robert
se despede do amigo e chama por Lindsay pra ir para casa, esta não responde. Pergunta
para algumas meninas que estavam brincando ali perto, mas nenhuma disse ter visto para onde ela foi, e alguns metros dali,
dava para avistar a floresta. O homem novamente com aquela intuição enlouquece
chama Ernest empresta uma espingarda e resolve ir a busca da filha. No
trecho da mata Robert encontra um garoto
ao adentrá-la, O garoto informa que viu a menina seguindo um caminho e parecia
falar com alguém, e que também tinha chamado a menina de volta que a floresta
era perigosas, mas ela disse que não estava sozinha. Robert já imaginava com que
ela estava falando e depois do ultimo acontecimento ficou ainda mais
desesperado. Após algumas horas procurando. Robert e o amigo gritam pelo nome da menina, com o
tempo nublado e perto de anoitecer a mata estava ficando escura e isso deixava
os dois mais apreensivos na busca por Lindsay , Até que ao longe escuta gritos
de uma criança, os dois correm em direção a um trecho bem fechado por galhos em
meio a uma clareira na mata avistam a menina parada encostada em uma árvore.
Robert e Ernest chegam a tempo de matar um lobo que ameaçava atacar a menina.
Um tiro certeiro fez o animal tombar. Mais uma vez Robert Lenckey da um longo
abraço na filha e leva para casa em segurança. Quase em estado de choque o pai
não se vê conformado lembrando-se do risco que a filha correu. O percurso até a
casa parecia longo, com a menina em seu colo e seu amigo Ernest sob companhia.
Chegando a casa Robert faz até uma oração. Instante depois senta num sofá
coloca a cabeça de sua filha em cima de suas pernas quando ela se deita e
começa conversar e instrui para que nunca mais afaste-se se da casa ou dele sozinha.
Parecendo entender tudo a filha fala:
__Desculpe papai, eu prometo não fazer
mais, e eu fiquei com muito medo, eu não queria ir lá para floresta.
__ Mas se você não queria ir, então por
que foi então?
__A fada que me levou e disse para eu
não me preocupar que estaria segura.
Esta altura, Robert ficou mais irritado
do que as outras vezes:
__Se esta fada existir mesmo minha filha,
eu darei um tiro nela eu lhe juro:
__Mas ela é legal papai e...
__Não quero você conversando com esta
fada.
Grita o pai para menina.
__Mas ela falou que conhecia bem a
floresta e você ia me salvar papai:
__ Por favor! Chega de falar dela eu
estou muito preocupado.
À noite o pai coloca a menina para
dormir. E deitada no quarto ao lado chora sozinha. O pai volta até o quarto
tentando consolá-la e acaba por chorar
também e se lamenta com Deus baixinho enquanto a menina parecia começar a dormir:
__Porque meu Deus este castigo? Já não
basta levar minha esposa agora quer tirar a minha filha de mim!
Sem respostas e sem compreender o pai
vai para sua cama.
No outro dia querendo se certificar que
a Lindsay estaria segura,
Robert
instrui a babá não deixar sua filha sozinha em nenhum momento. Pede
então para que fique mais atenta e converse com ela. E assim pega suas
ferramentas e vai para a lavoura.
Todos os dias era a mesma rotina de casa
para o trabalho, do trabalho para casa como de costume dividindo-se entre um
pensamento e outro e a terrível saudade da saudosa Laura Dempsey sua eterna
esposa.
Os dias
passavam e nas tardes e manhãs chuvosas Robert sentado na varanda ainda
recordava com lágrimas nos olhos os momentos que tinha com Laura. Apesar dos
comentários e intrigas com relação ao apego dele e nunca ter feito forças para
seguir sua vida ignorava.
Às vezes pegava algum objeto dela que tinha
guardado em caixas e segurava em sua mão admirando. Qualquer coisa que fosse ou
viesse dela, era motivo de lembrança. Os objetos eram bem cuidados e zelados
para que o tempo não os consumisse. E ficava uma pergunta.
O porquê que com sua filha Robert não
tinha a mesma afinidade? Mesmo com o apego de Lindsay o coração daquele viúvo
não amolecia suficiente para dar carinho à filha. Esta que por sua vez criou em
seu imaginário uma fada.
E se ela não fosse apenas um fruto da
imaginação?
A questão é porque que a tal fada
colocaria a vida em risco de uma criança e com que propósito?
Numa manhã de sábado.
Robert
se levantara mais cedo do que o comum, parecia tenso e preocupado, mas
acreditou não ser nada demais. Notou que faltavam algumas coisas na dispensa e
resolveu sair para comprar, sua filha estava dormindo e como nos outros dias,
demoraria a se levantar se não tivesse que acordá-la. Pegou sua pickup, sem
pretender demorar seguiu para o centro e aproveitaria trazer mais alguma coisa
na volta. O tempo de ida e volta seria de uns quarenta minutos ou menos. A
garotinha ficou dormindo na casa sozinha, mas Robert acreditava que nada
poderia acontecer com a porta fechada, e julgando o fato que não pretendia
demorar então nem se preocupou em chamar a baba. Pensava ele, antes dela
levantar eu estarei de volta. Pensando assim o homem seguia tranquilamente pela
estrada de chão. Robert apesar das distrações ainda perecia tenso e preocupado
foi à padaria entrou rapidamente num armazém pegou o básico, e voltou para casa
novamente.
Aquela coisinha ruim martelava na mente
Lenckey não parava de pensar na hipótese te estar acontecendo algo.
Aquela coisinha na sua cabeça mexia
muito com seu instinto.
No meio da estrada avistou uma
fumaça, e assustado acelerou para chegar depressa.
No caminho viu alguns vizinhos seguindo
em direção ao possível incêndio, carregando em seus carros tinas com água, já
que a região não tinha corpo de bombeiros. Robert baixa o vidro do carro e
mesmo dirigindo Pergunta a um dos motoristas, o que tinha acontecido, um deles gritara
da janela que se tratava de um incêndio numa casa, mas não sabia qual. Robert
acelerava ainda mais sua pickup e quanto começou a se aproximar, as lágrimas
escorriam em seu rosto, O caminho era o da sua casa que estava em labaredas. O
pai gritava por sua filha enquanto vizinhos tentavam controlar as chamas,
baixinho ele falou:
__O que eu fiz meu Deus?
A dor veio à tona antes mesmo que ele
invadisse a casa em chamas, mas não havia muito que fazer. O quarto onde a
menina dormia deu lugar a brasa e carvão.
Não se sabia ao certo o que havia acontecido. Possivelmente um curto
circuito.
Enquanto os vizinhos chegavam com baldes
de água, Robert rodeava as chamas em desespero. Ainda assim entrou numa parte na casa que era próximo ao
rancho e viu que ainda estava intacta e
que havia apenas fumaça, olhou para um lado e outro, e nada da menina, e lamentava o fato de ter
saído e deixado à garotinha sozinha até que nesta parte do rancho perto a cozinha
que estava inteira, encontrou a menina desmaiada num canto perto as ferramentas.
Imediatamente com muitas lágrimas nos olhos Robert aproxima-se da garota pega a
em seu colo e abraça, agradecendo a Deus por ela estar viva. Muitos comemoram, pois ninguém imaginava que a
garota estaria na casa e o fato de estar viva era uma vitória.
Robert agradece a todos e a Deus, coloca
sua filha na caminhonete e corre para um hospital local. Uma meia hora depois já estava internada e fora de perigo. Mesmo assim a menina
ficou dois dias desacordada, segundo os
médicos um possível coma, mas que ela acordaria em breve. Robert não saiu de
perto dela em nenhum instante, com exceção da hora que precisou ir ao banheiro,
comida e água, os enfermeiros e amigos levaram para ele, ainda que não sentisse
fome.
Eram dez horas da manhã quando Lindsay
despertou Robert deu gargalhada e chorava ao mesmo tempo, abraçava a menina e a
beijava. Agradecendo a Deus por ela estar viva e consciente. Ele pedia
desculpas a ela por tê-la deixado só, a garota ficou mais um dia de repouso e
após receber alta. O pai aliviado, mas sem saber pra onde ir retorna para os
restos de carvão que virou sua casa.
Linckey pensou se não houver outro lugar para passar a noite teria que
dormir no carro, mas é claro que os visinhos não deixariam ele sozinho então
recebe um convite deles para que se hospede em sua casas, tendo
que a dele perdeu-se no incêndio.
Ernest, de todos os visinhos sempre foi o
mais solidário, e naquela ocasião não foi diferente, tratou logo de arrumar um
quarto em sua casa para ele passar quantos dias fossem necessários. Também foi
dele a idéia de todos contribuírem com um pouquinho e reconstruir sua casa e
ninguém discordou além de ajudarem levantá-la.
Gestos solidários não faltaram. Robert
agradeceu e pediu desculpas a todos, mas que não precisavam se preocupar,
porque os dias em ficou no hospital, tomou uma decisão. Resolveu vender o rancho e voltar para cidade, sabia
ele que vendendo ainda lucraria do pouco
que restou e daria para começar a vida até conseguir um novo emprego, Pois
ainda tinha a casa que era de Laura na cidade antes de se casarem e que ficou
para ele agora.
E falando isso Robert explicara aos
amigos que sua filha estava crescendo e no próximo ano precisava estudar, e a
vida no campo seria muito dura para ela e estando lá ele poderia dar um pouco
mais de cuidado conforto e atenção. Lenckey também admitia que desde que Laura
Dempsey, a mãe da menina e sua falecida esposa que se foi, nunca tinha dado as atenções devidas a
sua filha, e que esta era à hora de começar. Todos ficaram comovidos e tristes
pela decisão do amigo de tanto tempo, porém procuraram entender a decisão de
Robert.
Naquela noite ainda pai e filha dormiram num
quarto emprestado por Ernest, seu
vizinho. O pai com sua filha abraçada ao peito começa a refletir tudo que tinha
acontecido com ele enquanto alisava os cabelos de Lindsay. Em seu rosto as
lágrimas escorriam ao lembrar-se de Laura, ao mesmo tempo em que ainda esboçava
um sorriso por ter sua filha viva com ele.
A noite ainda começara e a menina não
tinha dormido, sobre a luz do luar que invadia a fresta da janela, Robert pode
ver seus olhos abertos e deu um sorriso ainda chorando para sua filha e baixinho
conversava para não acordar os outros que estavam dormindo:
_ Papai você está triste?
_ Não minha filha. Só estou emocionado e
feliz por Deus não tirar você de mim.
A menina sorri e da um abraço apertado
no pai. Este que retribui com um beijo na testa. Mas ainda tenso pela lembrança
do incêndio o pai novamente indaga fazendo uma pergunta a filha:
_ Filha como você saiu do seu quarto e
chegou até o rancho? As portas estavam todas fechadas.
A menina ainda com medo de responder,
mesmo assim fala:
__ A fada apareceu me acordou e ajudou a
quebrar a janela, não dava para ir para o mato e ir para frente da casa porque
pegou fogo por todos os lados, então ela me
mandou ficar escondida ali perto do rancho que não ia pegar fogo.
Robert começou a cogitar o fato de que a
menina tivesse vendo algo mesmo, e ficou sem entender o porquê se a tal fada a
salvou ao mesmo tempo colocou a em perigo.
Vendo que seu pai permanecera calado a
menina se pronuncia:
_ Ah papai! Não se zangue comigo, eu não
chamei ela.
_Não estou zangado minha filha e se a
tal fada lhe salvou, eu sou obrigado agradecê-la.
A filha concorda com um sorriso e logo
se, pois a dormir.
No outro dia pela manhã Robert arruma o resto das coisas que sobrou
pra ir embora. Mas antes disto pede a esposa de Ernest que cuide da menina
porque queria fazer algo antes de partir.
Robert acreditando que se a fada não
fosse apenas uma imaginação da menina resolve sair pelos campos pega uma arma e
vai até a floresta, dizendo a todos que vai fazer sua ultima caçada.
O
homem se embrenha na mata e com espingarda em punho grita.
_Apareça
fada, sei que você está ai,
mostre-se e prove que você não é do mal. Eu to partindo, mas vim aqui para uma
conversa.
E
como um maluco fica gritando o tempo todo, na esperança da tal fada ou algum
anjo aparecesse:
_Apareça antes que você nos siga quero
ter certeza que você não vai fazer nenhum mal a minha filha. Prefiro morrer a
ter que perdê-la! Apareça de onde estiver.
Nisto adentra na mata uma luz e dentro
dela uma mulher. Robert assustado limpava os olhos parecendo não acreditar, mas
ainda tinha dificuldade de ver o rosto da tal fada.
Novamente empunhando a arma Lenckey
aponta para a luz e ameaça:
_ Quem é você, estou armado to avisando!
Não tenho medo de você! Só vim pedir que você se afaste de minha garotinha, ou
farei com que volte para o buraco da onde veio.
Com uma expressão de gargalhada a
suposta fada responde:
_Não estou aqui para lhe causar transtorno
ou fazer mal algum a Lindsay.
Súbito o homem assustado parecer
conhecer aquela voz que fala com ele.
Demorou alguns segundos até ele perceber
que se tratava do espírito de
Laura.
Robert começou a chorar muito e
ainda não entendia por que estava falando com um espírito.
Ajoelhou-se ao chão enquanto aquele
corpo em forma de luz alisava seus cabelos, ele tentava tocá-la, mas não
conseguia.
Em meio tantas perguntas a serem feitas
Robert perguntou as que ele achava importante para seu consolo:
__Porque você me deixou? E porque razão
nunca apareceu para mim? Quais os motivos de ter colocado minha filha em
perigo? Eu não entendo!
Calada ela apenas sorri esperando seu
amado fazer todas as perguntas. Com olhos meigos para e fica olhando sua tristeza,
e em seguida responde:
__Meu amor não tenho resposta para a
minha partida, talvez um dia Deus lhe responda, pois nem eu mesma cheguei a
vê-lo, quanto a nossa filha, na verdade ela nunca correu perigo algum...
E acabara sendo interrompida por Lenckey:
__Mas eu vi ela se afogando, também vi o
lobo pronto para devorá-la!
__Entenda, eu jamais colocaria ela em
perigo se acreditasse, que não chegaria a tempo para salvá-la, você não me via,
mas eu a segurava, para não afundar, mesmo quando o lobo tentou atacar ele
estava à distância rosnando, mas era para mim, pois me posicionei em frente a
ela.
Robert procurava entender, mas ainda
ficava algumas dúvidas em sua cabeça ,e o incêndio na casa. E o espírito de
Laura continuava:
_Desculpe pelo incêndio, concordo que
foi um exagero, mas, desta forma fiz você enxergar coisas mais importantes e nem
me esforcei tanto para fazer você enxergar que estava na hora de uma vida
melhor para nossa filha, tendo que você já admitiu. Quanto aos supostos
perigos, posso lhe garantir que ela estava muito segura, e eu só queria que
você a amasse da forma que você me amou, que desse o mesmo carinho que me deu,
e não a culpasse pela minha morte.
Falando isso Laura se despede, pois já
não tinha mais motivos para continuar ali.
Robert ali por sua vez fica parado vê a
luz partir, e parece ter entendido que
tinha que seguir em frente com sua vida, mesmo sabendo que nunca ia apagar os
sentimentos que existiam por Laura e nem mesmo esquecê-la. Mas que o mais
importante agora, era quem o fruto doa mor deles estava ao seu lado e precisava
tanto de seu amor, quanto qualquer outra pessoa.
Robert volta para pegar sua filha e
partir, mas não sem antes abraçá-la forte e dizer o quanto ele a ama estampando
um sorriso que pouco se viu em todos os anos que estava sem a companhia de sua
amada.
Apesar de tantos anos de martírio,
Robert pode ter a certeza que teve três vidas. Uma antes de Laura, a segunda
depois de sua morte e agora a terceira ao lado de Lindsay Lenckey, sua querida filha.
Às vezes é pelo nosso comportamento e
pelo jeito de viver que deixamos de ver as coisas que nos são dadas. Assim como
nossas missões aqui na terra. Mas se paramos para enxergar, mesmo que não
consigamos entender a vida. Sempre estamos sendo estudados e preparados pra uma
lição mesmo que nunca venhamos a entender. Esta foi à história de Robert
Lenckey, mas podia ser a sua.
FIM
Obrigado a todos que leram!